Líderes das Maiores Companhias de Navegação Globais Defendem Transição Acelerada para Combustíveis Verdes

Inauguration of Maersk's first container ship Laura Maersk that sails on green methanol in Copenhagen, Denmark September 14, 2023. Ritzau Scanpix/ Mads Claus Rasmussen via REUTERS

Em uma reunião decisiva durante a COP 28, os CEOs das principais linhas de navegação globais emitiram uma declaração conjunta, solicitando à Organização Marítima Internacional (IMO) a criação de condições regulatórias que acelerem a transição do uso de combustíveis fósseis para combustíveis verdes no setor marítimo.

Este apelo surge em um momento crítico, dado o papel significativo da indústria de transporte marítimo nas emissões globais de Gases de Efeito Estufa (GEE), representando cerca de 2-3% do total. Esses líderes empresariais reconhecem a urgência em atender aos objetivos de redução de GEE da IMO, conforme estabelecido na estratégia revisada da organização, que visa alcançar emissões líquidas zero no transporte marítimo internacional até aproximadamente 2050. Um marco importante desta estratégia é a adoção de combustíveis com zero ou quase zero emissões de GEE até 2030, com pontos de verificação indicativos para 2030 e 2040.

Os CEOs das maiores linhas de navegação do mundo, incluindo Maersk, MSC Mediterranean Shipping Company, CMA CGM, Hapag-Lloyd e Wallenius Wilhelmsen, enfatizam a necessidade de ampliar o uso de combustíveis verdes. Eles reafirmam seu compromisso de colaborar estreitamente com os reguladores da IMO no desenvolvimento de medidas políticas eficazes e concretas.

A declaração conjunta apresenta quatro pilares regulatórios fundamentais. Primeiro, defende-se um prazo final para a construção de novos navios exclusivamente movidos a combustíveis fósseis e a implementação de um cronograma claro para o Padrão de Intensidade de GEE, incentivando investimentos em novas embarcações e infraestrutura de abastecimento de combustível. Em segundo lugar, os CEOs ressaltam a importância de implementar um mecanismo eficaz de precificação de GEE, que torne os combustíveis verdes competitivos com os fósseis durante a fase de transição, e sugerem que as receitas geradas sejam alocadas para fundos de Pesquisa, Desenvolvimento e Implantação (RD&D), além de investimentos em países em desenvolvimento.

Além disso, propõe-se a introdução de uma opção de agrupamento de navios para a conformidade regulatória de GEE, permitindo a avaliação coletiva do desempenho de um grupo de embarcações e direcionando investimentos para onde se possa alcançar a maior redução de GEE. Por fim, os CEOs enfatizam a importância de estabelecer uma base regulatória de GEE do Poço ao Despertar (Well-to-Wake), alinhando decisões de investimento com interesses climáticos e mitigando o risco de ativos ociosos.

Na declaração, os CEOs expressam sua convicção de que a regulamentação pode desempenhar um papel crucial na mitigação dos custos da transição verde e na redução do risco de eventos climáticos extremos. Eles convidam outras empresas a se juntarem aos seus esforços no combate às mudanças climáticas, destacando que o custo da inação supera em muito o da transição para combustíveis verdes.

Vincent Clerc, CEO da A.P. Moller – Maersk, e Rodolphe Saadé, Presidente e CEO do Grupo CMA CGM, juntamente com os líderes da Hapag-Lloyd, MSC Mediterranean Shipping Company e Wallenius Wilhelmsen, reafirmam seu firme compromisso com o avanço da descarbonização da indústria marítima e a conquista de emissões líquidas zero.

Esta declaração conjunta é uma mensagem poderosa de que a colaboração e a ação regulatória são fundamentais para impulsionar investimentos e alcançar a escala e a velocidade necessárias na descarbonização da indústria de navegação.

Filippe (Philipp) Alves

Chief Commercial Officer and Naval Project Manager at Seachios Marine Services.

https://www.seachiosbrazil.com
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